dimarts, 20 de març del 2012

Retorn [versió en portuguès]

Regresso

Deixo guiar-me pelo sono
que me leva de volta a casa;
Tu talvez estejas a ver televisão
ou lês uma novela
–agora, a primeira Millennium
Paro a meio caminho, reviro
os bolsos, procurando as chaves
–ainda somos tão inocentes–
da nossa felicidade,
evito o tenebroso abismo
por uma passagem elevada que oscila:
os sulcos e as rampas da calçada
que sobe o vale, as gotas
contra o pára-brisas, Bill Evans
–o farol aceso da France Musique–
ao piano, acompanhando-me.
Deito-me na cama, ao teu lado;
Trespasso o silêncio e beijo-te
chego-me a ti –e permaneces imóbil
adormecida com o livro aberto–
quando soçobram os últimos azuis.
A tristeza leva-me ao sono
Pelos versos amargos de Pavese:
Scenderemo nel gorgo muti:
Apago a luz da mesinha;
Entro no estacionamento dos sonhos
Um dia mais se consume.

Orquídea Lima

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